Quando a APÓS-FURNAS foi criada, em 1984, havia uma certeza entre seus fundadores: é preciso defender a Real Grandeza e suas Patrocinadoras para resguardar os direitos dos aposentados e pensionistas. Isso já aparece na redação do Artigo 1º e seus incisos, do Estatuto da Associação.
Esta certeza se consolidou com os anos. Muitas vezes fomos chamados a defender a Fundação contra manobras politiqueiras e, pelo menos uma vez, fizemos parte de um movimento maciço para defender a empresa contra a privatização.
Há 18 anos, a APÓS-FURNAS e outras entidades se mobilizaram em todas as esferas políticas e jurídicas para impedir que Furnas – patrimônio do povo brasileiro – fosse entregue à iniciativa privada.
A nossa estratégia foi exigir na justiça o reconhecimento da dívida que Furnas tinha com a Fundação para que essa dívida passasse a ser responsabilidade dos compradores.
Como acionistas minoritários, a APÓS-FURNAS e a associada Alzira Silva de Souza, então Conselheira Curadora da Fundação, entraram com duas ações paralelas com o mesmo teor, pedindo liminarmente a suspensão da Assembleia Geral de Acionistas que iria aprovar a privatização, até que essa dívida fosse calculada e lançada no Balanço da empresa.
A ação em nome da APÓS-FURNAS, representada pelo então presidente Adilson de Pinho Chibante, foi distribuída para a 28ª Vara Federal do Rio de Janeiro e acolhida pelo juiz.
No dia da Assembleia, uma multidão tomava conta do pátio de Furnas protestando, quando o Dr. Leonel de Castro, advogado que impetrou a ação da APÓS-FURNAS, abriu caminho entre as pessoas, e subiu à pé os 16 andares até a sala onde estava ocorrendo a Assembleia (porque os elevadores haviam sido desligados) com a liminar que suspendeu a sessão.
A Assembleia acatou a ordem judicial, que se manteve vigente por mais de 15 anos, até que viesse a sentença definitiva, em junho de 2015, dando ganho de causa à APÓS-FURNAS.
Mais do que o reconhecimento e o equacionamento da dívida para com a nossa Real Grandeza, fomos nós, aposentados e pensionistas, graças a nossa união e empenho, a nossa resiliência e destemor e, principalmente, a nossa contribuição mensal à APÓS-FURNAS (porque as inúmeras ações que impetramos custaram somas expressivas de dinheiro), fomos nós, os associados, que impedimos que Furnas fosse esquartejada e privatizada em 1999.
Isso é História: está consignado nos despachos do Juiz e nos ofícios que a empresa enviou à 28ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
Agora estamos diante de nova ameaça, e temos a obrigação de responder com igual coragem e ainda mais inteligência e garra. Porque os privatistas aprenderam com a derrota e estão vindo com novas estratégias. Precisamos identificá-las e responder com mais vigor.
Essa luta é de todos, da APÓS-FURNAS e de todas as entidades ligadas ao sistema Eletrobras. É com a ação conjunta que vamos frear esse processo e garantir ao povo brasileiro a posse e domínio dos recursos hídricos e energéticos do país.
E, no nosso universo, assegurar uma patrocinadora forte, que mantenha sólida a nossa Fundação Real Grandeza.
Essa é a nossa comemoração de 33 anos: #aposentadosnaluta. Como aposentados, não somos inativos. Muito pelo contrário, estamos na linha de frente da defesa de Furnas, da Eletrobras e do Brasil.
Rio de Janeiro, agosto de 2017.
A Diretoria