No dia 26 de maio, a Real Grandeza publicou em seu site os reajustes de todos os seus planos de saúde, e no dia 29, realizou um webinar via Zoom para explicar os critérios dos aumentos. Boa parte dos participantes do webinar era de aposentados – os mais afetados pelos valores que vão pagar.
No entanto, essa longa apresentação (quase três horas de duração) não foi capaz de deixar claras as causas de aumentos tão acima da inflação. Vamos tentar resumir alguns dos seus argumentos.
- A média de idade dos usuários é muito alta: 72 anos. Como os idosos recorrem mais aos serviços de saúde (médicos, clínicas, hospitais, laboratórios etc.), o custo para a Fundação fica maior.
- O índice de utilização não voltou aos patamares pré-pandemia. Durante a Covid-19, muita gente deixou de buscar atendimento de saúde, e quando acabou o período de isolamento houve um aumento natural nas consultas, exames e procedimentos, que estavam represados. Porém, com o passar do tempo, essa utilização não retornou aos patamares anteriores – diferente do que aconteceu nas outras operadoras de saúde. Assim, o custo para a Fundação se manteve alto.
- Alguns planos têm pouquíssimos participantes. O Plano Básico tem menos de 200 usuários, o Especial tem pouco mais 400. O custo do atendimento de saúde dividido por pessoa é muito alto nesses planos.
- O Programa Acolher deixou de subsidiar o Plano Básico: passou a subsidiar somente o Salutem.
Todas as tabelas com novos valores dos planos, e algumas explicações sobre essas mudanças estão publicadas num documento da FRG em https://bit.ly/Plames2023
Segundo a Fundação, os planos novos – Salutem, Salvus e Aurum – têm menor preço porque foi feita uma redução na rede credenciada. Ao concentrar os usuários em um grupo menor de prestadores de serviços, ela pode negociar preços melhores.
Você pode migrar para um plano mais em conta, desde que conheça o plano para onde vai. Cabe à Fundação lhe fornecer todas as informações que você precisa para tomar essa decisão.
O Programa Acolher reduziu seus percentuais de subsídio para o Salutem, para poder durar mais três anos (esse dinheiro vem do FESP, que não é um fundo infinito). Você tem que se preparar –tentar fazer uma poupança para poder pagar mais caro pelo Salutem daqui a quatro anos.
E é preciso que você tenha uma coisa em mente: Furnas não vai subsidiar a saúde dos aposentados.
O QUE PRECISA MELHORAR URGENTE?
A Fundação informou aos usuários os novos valores e a data limite para migrar de plano com apenas 11 dias de antecedência. É pouco tempo para o aposentado se decidir. Quem está no Básico vai pagar R$ 9 mil, se não migrar até 5 de junho! Além disso, essa informação chegou somente via internet. Alguns assistidos não sabem sequer abrir um e-mail.
Quando se trata de um assunto tão importante, uma comunicação impressa tem chegar na casa de cada usuário – principalmente de assistidos – com mais antecedência e com mais dados sobre o que cada plano oferece. Não importa se isso já foi comunicado antes ou se a produção e remessa de panfletos será mais complicada e cara. O usuário não pode tomar decisões de forma apressada, nem sem informações claras e acessíveis a ele!
A APÓS-FURNAS vai continuar atento à administração dos planos da FRG, porque é nossa prioridade seu atendimento de saúde – de qualidade e acessível.