
No dia 17/06/2025, a equipe da Diretoria de Investimentos da Fundação Real Grandeza esteve na Sala Geraldo Moreira, na sede da APÓS-FURNAS, apresentando um panorama de todos os investimentos do Plano CD nos últimos cinco anos. O evento – também transmitido pela plataforma Google Meet – foi conduzido pela Diretora Patricia Queiroz, com o apoio de Arthur Michilini (assistente da Diretoria), Felipe Cosi (gerente de Investimentos) e dos técnicos de Investimentos Leandro Andrioli e Gabriel Cid, e contou ainda com a presença do Presidente da FRG, Celso Guimarães, e do Diretor de Ouvidoria, Henrique Trigueiro.
Mais de uma centena de pessoas – entre os presentes no local e os que acompanhavam pela internet – assistiram explanações sobre os resultados dos últimos cinco anos, um comparativo entre rentabilidades projetadas e realizadas, a distribuição e alocação dos ativos da carteira e uma explicação sobre o que é a marcação dos títulos (pela curva e a mercado) e seus impactos. Vários associados interagiram com os palestrantes, com questionamentos sobre diferentes aspectos dos investimentos feitos com o patrimônio do Plano CD.
Abaixo, detalhes da apresentação.
RESUMO
A reunião abordou a estratégia de investimentos do plano CD, a alocação atual em diversas classes de ativos, o cenário macroeconômico e os desafios estruturais dos empréstimos. Os diretores da Real Grandeza enfatizaram a transparência e o compromisso com os participantes, com foco na revisão da estratégia, segregação das submassas do plano, e soluções para a alta inadimplência dos empréstimos, visando a preservação do poder de compra a longo prazo. Alguns participantes expressaram preocupações sobre o desempenho passado e a necessidade de atenção diferenciada ao Plano CD.
DETALHES
A Diretoria da APÓS-FURNAS deu boas-vindas a todos, incluindo participantes online, destacando o prazer em receber a todos nas instalações da Associação e a satisfação em conhecer a equipe de Patrícia Queiroz.
Abertura do Presidente da FRG – o presidente da Fundação Real Grandeza, Celso Guimarães, expressou sua honra em presidir a entidade, mencionando sua experiência anterior no Conselho Deliberativo. Enfatizou que seu retorno representa uma forma de resistir às ameaças à Fundação e aos participantes assistidos.
Dinâmica da Reunião e Foco no Plano CD – Patrícia Queiroz agradeceu a oportunidade de realizar uma reunião específica para o plano CD, atendendo a uma demanda dos participantes. Ela planejou uma dinâmica passando por todos os pontos solicitados, com o objetivo de manter a transparência sobre o que está sendo feito para o plano.
Revisão da Estratégia de Investimentos – Patrícia explicou que, ao retornar à Real Grandeza, percebeu a necessidade de revisitar a estratégia de investimentos. Passou a focar na macroalocação de recursos, buscando bons gestores para a microlocação. A equipe foi reestruturada com especialistas em macroalocação e seleção de gestores, trabalhando de forma matricial.
Apresentação da Equipe de Investimentos – A Diretora apresentou alguns membros da equipe de investimentos: Artur Michelini, Felipe Cosi, Gabriel Cid e Leandro Andreoli, e destacou a qualificação da equipe – mencionando os mestrados, MBAs e certificações como CGAs e CFEs desses profissionais. A escolha desses perfis visou acompanhar e monitorar a nova seleção de ativos.
Cenário Macroeconômico Global e Brasileiro – Felipe Cosi iniciou a apresentação sobre o cenário macroeconômico, ressaltando as mudanças no cenário internacional, como a intensificação da guerra tarifária e os riscos geopolíticos. Ele mencionou o movimento de desglobalização e o fim do excepcionalismo americano, levando a uma diversificação de portfólios globais e um fluxo de capital para países emergentes, incluindo o Brasil. No cenário brasileiro, apesar da entrada de capital externo e valorização dos ativos, persistem problemas fiscais, inflação acima da meta e incertezas eleitorais. Apesar dos problemas, diversas classes de ativos apresentaram valorizações importantes no ano.
Alocação do Plano CD – Apresentou, a seguir, a alocação do plano CD, com 72% em renda fixa, 10% em renda variável, 10% em fundos multimercado, 5% no exterior e 2% em caixa. Artur Michelini detalhou a alocação da renda fixa, com 55% em títulos públicos (NTNBs) de longo prazo, uma pequena parcela em fundos de crédito (triplo A) e 11% em fundos imobiliários. Foi explicado que os títulos públicos são uma posição estrutural alinhada com o passivo do plano.
Fundos Multimercado – Michelini explicou que os 10% em fundos multimercado – os mesmos disponíveis no mercado – tiveram taxas negociadas pela Fundação. A maior posição é no fundo da Ibiuna, e o objetivo dessa alocação é obter um retorno de CDI + %. Esses fundos têm a capacidade de gerar rentabilidade mesmo em mercados em queda e têm atuado como amortecedores na carteira nos últimos anos. Foi esclarecido que o monitoramento desses fundos é constante, e a Fundação prefere gestoras robustas para evitar riscos de perenidade. O prazo máximo de resgate desses fundos é de 30 dias, permitindo flexibilidade na gestão da carteira.
Transparência e Acesso a Informações – Discutindo a transparência em relação aos dados dos fundos, a equipe informou que eles são cotas abertas CVM e que vão verificar por qual razão a composição dos fundos não está aberta no demonstrativo – embora esteja disponível nos webinares e mediante demanda.
Transparência nos Demonstrativos de Investimento – Um participante presencial pediru que os demonstrativos de investimento sejam mais transparentes, incluindo a discriminação dos investimentos. A equipe da DI informou que encaminhará o questionamento e alertou que pode haver um atraso devido à proteção da Fundação.
Posições Estruturais em Investimentos – Eles explicaram que existem posições estruturais nos investimentos de fundos de pensão, sendo o Título Público Federal considerado o mais estrutural. Também mencionaram operações táticas para aproveitar oportunidades no mercado de juros, mas enfatizaram a necessidade de comedimento nas mudanças, comparando um fundo de pensão a um transatlântico.
Estudo de Alocação de Ativos – Foi relatado que um estudo interno da Diretoria de Investimentos analisou diversas alocações ao longo do tempo. A conclusão principal foi que o ideal para a Fundação não é realizar grandes mudanças frequentes na carteira, e que uma carteira bem construída proporciona resiliência a longo prazo.
Diversificação e Seleção de Gestores – Após a macrolocação, o próximo passo é a diversificação, incluindo investimentos em multimercado e exterior. A seleção e o monitoramento dos fundos são realizados mensalmente, com discussões detalhadas sobre as cartas dos gestores para verificar se estão seguindo a estratégia contratada. Foi enfatizado que a carteira deve ser avaliada como um todo, e não por investimentos pontuais.
Movimentações Não Projetadas e Reavaliação da Carteira – Quanto ao impacto de saídas não projetadas de participantes da patrocinadora, a fundação foi afetada por um PDV com saídas inesperadas, o que levou à necessidade de reavaliação da carteira, impactando também os aposentados, inclusive os de renda vitalícia, devido à geração de déficit. A micralocação é igual para todos os planos geridos, com percentuais de macrolocação diferentes.
Portfólio de Renda Variável e Gestores – O portfólio de renda variável está 37% alocado na Sharp – uma gestora parceira desde 2011. A robustez do gestor e seu contato mensal fornece informações sobre o portfólio e a visão de mercado. Além disso, há uma condição comercial excepcional com a Sharp, com taxas inferiores às praticadas no mercado.
Complementaridade dos Gestores e Visão da Carteira como um Todo – Os gestores de renda variável se complementam com estratégias diferentes, impactando a performance em diferentes momentos do mercado. Sua constância tende a amortecer quedas na bolsa, mas pode subir menos em momentos de alta. Foi reforçada a importância de analisar a carteira como um todo, pois sempre haverá algum investimento com desempenho inferior, mas a média deve ser positiva.
Portfólio de Exterior e Redução de Custos – O portfólio no mercado exterior é basicamente composto por títulos públicos dos Estados Unidos, buscando um retorno de variação do dólar mais um percentual. Uma mudança na estrutura de investimentos no exterior, de BDR para fundo, resultou em redução significativa de custos, de 1.4% para 0.2% ao ano, para adquirir o mesmo ativo. Essa otimização de custos beneficia diretamente os participantes.
Desempenho de Gestores de Multimercado e Renda Variável – A seguir, foi apresentado o desempenho de alguns gestores de multimercado, com destaque para aquele que possui 20% da carteira e apresentou um retorno significativo acima do CDI. Também mencionaram gestores com performance inferior, cuja participação está sendo reduzida. Na renda variável, dois gestores superaram o Ibovespa, enquanto um que ficou abaixo, continua cumprindo seu papel de amortecedor.
Análise de Rentabilidade – Foi levantado o pedido para visualizar a rentabilidade em janelas de tempo mais longas, como os últimos 5 anos, para ter uma visão menos momentânea do desempenho. A equipe concordou com a importância da análise em diferentes janelas, incluindo janelas móveis, e da avaliação do retorno em relação ao risco (Sharpe ratio), prometendo trazer essas informações em uma oportunidade futura.
Resultados do Plano em Diferentes Períodos e Segmentação de Participantes – Informaram que apresentarão os resultados do plano em janelas de 10, 5 e 2 anos, e também abordaram a questão da segmentação dos participantes, reconhecendo as diferentes necessidades entre ativos (novos e próximos à aposentadoria) e assistidos (renda vitalícia, prazo determinado e percentual do saldo). A segregação da renda vitalícia é vista como o primeiro passo crucial.
Objetivos do Plano CD: Acumulação e Manutenção do Poder de Compra – Leandro Andrioli explicou que o principal objetivo do Plano CD é permitir que o participante acumule recursos para a aposentadoria e mantenha seu poder de compra. Para isso, é necessário um retorno de longo prazo superior à inflação. Foi enfatizada a importância da disciplina na estratégia de investimento, evitando mudanças bruscas que podem prejudicar o retorno a longo prazo.
Segregação das Submassas e Tratamento Diferenciado por Nível de Risco – Andrioli reforçou a discussão sobre a segregação das diversas submassas do Plano CD, com foco inicial na renda vitalícia. A ideia é tratar os participantes de forma diferenciada, considerando seus níveis de risco toleráveis, especialmente entre os mais jovens e os mais próximos da aposentadoria.
Desafios da Segregação e Próximos Passos – Patrícia Queiroz detalhou os desafios da segregação, mencionando a diversidade de formas de recebimento de benefícios no plano CD em comparação com outros planos. O primeiro passo é segregar a renda vitalícia devido às suas características distintas. Após essa segregação, serão realizados estudos técnicos para definir o perfil de carteira adequado para cada sub-massa. A volatilidade e as diferentes necessidades dos participantes (como aqueles que já pediram benefício) também foram discutidas.
Aprovação e Cronograma da Segregação – Patrícia informou que sensibilizou o Conselho Deliberativo sobre a necessidade de segregação, e que o Conselho está auxiliando e coordenando o trabalho. Embora haja desafios sistêmicos e contábeis, o compromisso é que a segregação esteja funcionando para o início de 2026. Foi esclarecido que a segregação não requer alteração do regulamento do plano.
Objetivo da Segregação da Renda Vitalícia: Casamento de Ativos e Passivos – Gabriel Cid explicou que o objetivo para a submassa da renda vitalícia não é o crescimento ao longo do tempo, mas sim garantir o pagamento prometido. A melhor forma de fazer isso é o casamento de ativos e passivos, comprando títulos públicos federais indexados à inflação que correspondam ao passivo do plano. Com as condições atuais de mercado, seria possível imunizar essa parcela, resolvendo a questão de equacionamento de déficit para os participantes da renda vitalícia.
Resultados do Plano em Janelas Curtas e Longas – Em relação aos resultados, foi reforçado que a avaliação deve ser feita em janelas longas, embora as janelas curtas também sejam observadas. Em janelas mais curtas (2 e 5 anos), o plano está abaixo do CDI, mas acima da inflação, enquanto em janelas mais longas, supera a inflação, a meta e o CDI. Apesar do desconforto com o resultado atual, há confiança na preparação da carteira para o futuro, considerando a ciclicidade do mercado.
Aproveitamento de Oportunidades em Momentos de Crise – Foi demonstrado que o portfólio tende a gerar retorno excedente após momentos de crise. A atual situação fiscal do Brasil gerou oportunidades que foram aproveitadas, especialmente na renda fixa indexada à inflação. A estratégia é manter a disciplina e aproveitar as oportunidades de compra em momentos de baixa, visando o retorno no médio e longo prazo.
Benefícios da Diversificação na Preservação de Capital – A diversificação da carteira aumenta a eficiência e traz benefícios na preservação de capital, reduzindo o impacto de perdas em meses de estresse. Simulações mostraram como a diversificação diminuiu as perdas nos três piores meses históricos do plano.
Situação Atual dos Empréstimos no Plano CD: Problemas Estruturais e Inadimplência – Gabriel Sid abordou a questão dos empréstimos no plano CD, que enfrenta problemas estruturais e um elevado nível de inadimplência. Diferentes tipos de contratos ao longo dos anos, questões de margem consignada e aspectos judiciais contribuíram para a situação atual. A concessão de novos empréstimos foi fechada para resolver os problemas existentes.
Diagnóstico e Busca por Soluções para Empréstimos – Em 2023, foi contratada uma consultoria especializada (NUS Ferret) para diagnosticar os problemas nos empréstimos. Um diagnóstico foi realizado com entrevistas em diversas diretorias para entender os principais problemas e propor melhorias. Em breve, deve propor algumas melhorias para mitigar e contornar o problema da inadimplência.
Percentual e Taxa de Inadimplência dos Empréstimos – Atualmente, os empréstimos representam cerca de 4% da carteira do plano CD, com um valor financeiro de cerca de R$ 9 milhões, que se reduz mensalmente com os pagamentos. A taxa de inadimplência é de cerca de 70%, com apenas 30% dos participantes adimplentes. Por isso foi importante se ter fechado a concessão de novos empréstimos diante desse cenário.
Ausência de Garantias e Histórico de Problemas nos Empréstimos – Foi questionada a ausência de garantias nos empréstimos concedidos anteriormente. Foi explicado que a Fundação não exigia fiador ou outras formas de garantia, o que contribuiu para o problema da inadimplência. O histórico da concessão de empréstimos na Fundação acumulou diversos problemas de concessão, aplicação e monitoramento, além de efeitos judiciais adversos.
Recuperação de Empréstimos – Porém, o dinheiro dos empréstimos não está perdido e o monitoramento tem gerado resultados, com participantes buscando quitar seus débitos. A inadimplência preocupa, mas o saldo financeiro deve reduzir com o tempo, e a consultoria auxiliou na identificação de problemas. O projeto de reequilíbrio visa tratar as questões, considerando que a taxa de juros da Real Grandeza é, na verdade, barata. O principal problema é o indexador IGP, especialmente em períodos de alta.
Projeto Reequilíbrio – Gabriel Cid detalhou que o projeto de reequilíbrio busca entender a essência de cada caso de empréstimo, agrupando-os por perda de renda ou problemas contratuais. O objetivo é encontrar um ponto de equilíbrio entre o que é bom para o participante e para o plano, com a previsão de um mutirão de renegociação para todos os mutuários, adimplentes ou inadimplentes, nas próximas semanas. A transparência no processo de renegociação é considerada fundamental, e a fundação buscará dividir os casos em grupos para facilitar o avanço.
Renegociação e Perdas – Um conselheiro da APÓS-FURNAS comentou que é melhor negociar e receber algum valor do que perder tudo, o que reflete a sensibilidade da situação para muitos participantes que não conseguem mais pagar. Cid explicou que a Real Grandeza considera a possibilidade de acordos caso a caso, visando receber algum valor em vez de nada, e que também planeja oferecer planejamento financeiro para facilitar a quitação antecipada com desconto. A situação de inadimplência em carteiras de empréstimo é um problema geral no Brasil.
Securitização e Tratamento Atual – Informou, a seguir que a securitização dos empréstimos ainda não foi implementada, sendo o foco atual o tratamento da carteira existente. A estrutura dos empréstimos é baseada em inflação mais taxa, sem prazo fixo, o que dificulta a previsibilidade, mas a Fundação está atenta a essas questões para construções futuras. O objetivo imediato é resolver os problemas atuais para então pensar em novos produtos.
Negociação e Descontos – Uma Conselheira da APÓS-FURNA lembrou que a Real Grandeza tradicionalmente não negociava, mas agora é fundamental que se abra para negociações, oferecendo descontos de acordo com a situação de cada participante, e não apenas considerando o contracheque. Cid concordou com a necessidade de melhorar processos e estratégias, aprendendo com o histórico de negociações para encontrar um equilíbrio justo para os participantes e para o Plano CD. A maioria dos participantes do CD não possui empréstimos, e seus interesses também são considerados.
Impacto de Demissões e Portabilidade – Outro Conselheiro da APÓS-FURNAS, ex-diretor da FRG questionou sobre a posição da FRG em relação ao abatimento de empréstimos na portabilidade para empregados demitidos da Eletrobras. Foi esclarecido que a Diretoria de Investimentos tem uma estratégia para isso, mas é preciso verificar se os contrapesos estão funcionando, aguardando evidências materiais.
Marcação na Curva vs. a Mercado – Na questão da marcação na curva e a mercado, liberada pela Previc, explicou-se que a segregação das massas é imprescindível para implementar a marcação na curva na parcela de renda vitalícia (BD e CV) devido ao problema de transferência de riqueza. Na parcela não vitalícia (CD) ou no plano como um todo, a marcação a mercado é mantida para evitar transferências injustas de rentabilidade entre participantes que entram e saem. A marcação na curva é adequada para passivos previsíveis, o que não se aplica à parcela CD com resgates e aportes variáveis.
Previsibilidade e Volatilidade – A marcação na curva não resolve o problema de volatilidade e pode criar outros problemas. A marcação na curva exige um alto grau de previsibilidade e a intenção de manter os títulos até o vencimento. A volatilidade da parcela CD é inerente à marcação a mercado, que reflete as oscilações do mercado, mesmo com investimentos em títulos públicos.
Impacto de Resgates e Rentabilidade – Um associado online perguntou sobre o impacto dos resgates de participantes que saem do PDV na rentabilidade e nos pagamentos futuros para quem optou por receber o benefício em parcelas. A equipe assegurou que os resgates no Plano CD não afetam a rentabilidade individual, pois cada participante tem sua reserva matemática individual, e a carteira é líquida o suficiente para cobrir esses resgates sem desequilibrar o plano. A volatilidade nos recebimentos futuros se deve à rentabilidade do plano e à escolha do instituto no momento da solicitação do benefício, e não ao volume de resgates.
Segregação de Massas e Perfis de Investimento – Este associado questionou, então, se a segregação de massas poderia mitigar a volatilidade para quem receberá o benefício em um prazo determinado. A equipe da DI confirmou que a segregação permitiria tratar diferentes grupos de participantes com carteiras de investimento mais adequadas aos seus perfis e necessidades, como carteiras mais conservadoras para aposentados, reduzindo a volatilidade. A segregação da parcela de benefício vitalício é prioritária, seguida do tratamento das demais massas, com estudos de política de investimentos subsequentes.
Renda Financeira e Ajustes – A renda financeira está sujeita à flutuação da cota, diferente da renda vitalícia que é fixa com reajuste anual, mas sujeita ao pagamento de déficit. Foi sugerida a possibilidade de alterar o regulamento para que a revisão da renda financeira ocorra apenas anualmente, evitando a flutuação mensal. A comparação com uma corretora que compra títulos de renda fixa não se aplica ao Plano CD, que é marcado a mercado e, portanto, sofre oscilações mesmo com títulos públicos.
Críticas e Desempenho do Plano – Outro associado perticipando online expressou preocupações sobre o desempenho do plano nos últimos cinco anos, apesar das consultorias e informações disponíveis, mencionando perdas de renda e lentidão nas respostas da Real Grandeza. Criticou a falta de padronização e o planejamento tático, apontando resultados pífios que só melhoraram recentemente devido a fatores externos.
Sobre Processos e Resultados – A equipe concordou com as colocações deste associado e esclareceu que a Diretoria de Investimentos tem focado na melhoria e robustez dos processos de investimento. Foi mencionado que o backtest realizado confirmou que a Fundação não tem diferencial para movimentações táticas entre classes de ativos, priorizando a alocação estratégica. A remuneração dos gestores não é mensal por taxa de performance, e há discussões para alongar esse período de avaliação. Ressaltou ainda a preocupação com os processos, comparando-os com outras instituições do setor, inclusive internacionalmente, para buscar melhorias contínuas.
Foco em Resultados e Melhorias – Este associado reiterou que, apesar do trabalho nos processos, os resultados nos últimos cinco anos foram ruins, indicando um problema maior de gestão e eficácia. E enfatizou que os participantes são os “acionistas” da Real Grandeza e precisam de resultados positivos contínuos. A DI reconheceu que a janela de cinco anos não reflete um bom desempenho, influenciado pela alta da Selic, e que a diversificação tem sido importante para mitigar perdas em momentos de crise. Foi destacado que as mudanças nos processos de investimento foram implementadas recentemente e precisam de tempo para gerar resultados.
Discussão sobre o Mercado e a Estratégia – A equipe explicou que o mercado é cíclico, com momentos bons e ruins, e que o processo da fundação visa aproveitar os momentos de baixa para construir uma carteira com rentabilidade superior na recuperação. Eles também mencionaram a importância de dar uma nova dinâmica ao CD, que tem uma parcela significativa ainda em fase de formação de poupança e deseja mais volatilidade para a formação de patrimônio.
Preocupações e Necessidades dos Participantes do CD – O associado expressou insatisfação com a perda de riqueza em seus investimentos nos últimos cinco anos, enfatizando que resultados concretos são mais importantes do que apresentações e consultorias. Também destacou a necessidade de atenção ao CD, que historicamente recebeu menos atenção que o BD, e a importância do cuidado com os empréstimos para não prejudicar os participantes que contribuem. Antônio também compartilhou a percepção de que o CD requer uma gestão diferenciada do BD, com maior abertura à alocação tática devido ao seu perfil de cliente em fase de formação de patrimônio.
Resposta e Solicitação de Gravação – A equipe da DI acolheu os comentários e afirmou que a Fundação está tentando tratar as questões da melhor forma possível dentro das suas limitações e da segregação dos planos. O associado solicitou que a APÓS-FURNAS disponibilizasse a gravação do webinar para os participantes revisarem as discussões e ações planejadas.
(O arquivo de gravação do webinar ficou com mais de 10,5 Gb de tamanho, cujo download pode chegar a cinco horas. Por substituir essa gravação, foi feito este resumo)
Governança e Cenário dos Investimentos da Fundação – A estrutura de governança da Fundação é robusta, o que pode influenciar o tempo para aprovação de algumas operações. Eles também informaram que Patrícia fará uma apresentação geral sobre os investimentos da fundação, abrangendo BD, CD, Futurus e o FRGPrev, além de abordar a situação do PGA. Foi destacado que a Fundação terceirizou a gestão das carteiras para especialistas externos e realiza monitoramento constante com análises de performance e cenário.
Importância da Confiança e Transparência – Um Conselheiro da APÓS-FURNAS agradeceu a apresentação e enfatizou a confiança como elemento essencial na relação entre os participantes e a administração do patrimônio. Ele ressaltou a importância do diálogo direto e da transparência na divulgação de informações, inclusive as notícias desfavoráveis, para evitar surpresas e manter a confiança dos participantes. Também mencionou o cenário desafiador e o “assédio cruel” enfrentado pela Real Grandeza, mas expressou confiança no trabalho da administração.
Resistência à Cisão do Plano e Compromisso da Presidência – Celso Guimarães encerrou o encontro, reforçando seu compromisso com a Fundação Real Grandeza, os participantes e assistidos, declarando-se também como um deles. Ele expressou seu desconforto e o sentimento de que seus direitos estão sendo afetados pela proposta de cisão do plano, manifestando sua resistência a essa proposta. Esclareceu, por fim, que essa resistência é responsável e dentro dos limites da lei, visando a transparência e a defesa dos interesses dos participantes.