(Maria José Saraiva, in Poesia e saudade – Flor do Sertão)
O envelhecer é o ocaso da vida
È o fim de um lindo dia de sol
A nossa a infância perdida
É o declinar do girassol.
È a saudade que surge,
Das lembranças do passado
È o tempo que ora urge
E não se pode ficar parado.
É a saudade que vem,
Da nossa infância querida,
Pois não existe ninguém,
Que criança não foi na vida.
É o corpo alquebrado que cai
É a mocidade que foi embora,
Sem esperança ele vai
E sentando num canto chora.
É o medo da solidão,
Do natural abandono,
Da noite na escuridão
O sentir-se um cão sem dono.
É o corpo muito cansado
E nada o reanima,
Sem sono fica acordado
É a morte que se aproxima.
Pois tudo passa tão depressa,
Quando chega o envelhecer!
Corre tudo e nunca cessa
O tempo de correr.
Mas o pior no envelhecer
É quando bate a saudade,
Saudade que faz doer
E machuca de verdade…
E por isso não consigo crer,
Nessa tal felicidade
Que vem, com o envelhecer.
E que chamam Melhor Idade.